A síndrome de burnout é um problema sério que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo. Estar atento(a) aos sinais e oferecer vários canais de apoio vai ser a melhor maneira de lidar, por exemplo, com colaboradores que sofrem com essa doença no trabalho.
Para você ter uma ideia, o constante crescimento no número de casos fez com que a condição entrasse para a lista de doenças ocupacionais reconhecidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e, em 2023, para a Lista de Doença Relacionadas ao Trabalho (LDRT), do Ministério da Saúde.
Segundo a International Stress Management Association (ISMA), o Brasil é o segundo país com mais pessoas afetadas pela síndrome, atrás apenas do Japão.
E, se o burnout chegou por aí, é hora de você, liderança, entender como lidar com o problema também. A leitura deste artigo vai ajudar!
O que é “burnout”?
O burnout ou síndrome de burnout é um estado de esgotamento físico, emocional e mental comumente associado ao ambiente profissional, mas que também pode ocorrer com as pessoas devido a complicações ou excessos em outras áreas de suas vidas.
Especificamente quando ligado ao âmbito corporativo, ele pode acabar levando a outros problemas, como ansiedade, depressão, insônia e até o comprometimento do sistema imunológico.
As principais causas do burnout são carga de trabalho excessiva, falta de controle sobre as tarefas, conflitos no ambiente, falta de apoio social e recursos insuficientes para lidar com as demandas profissionais.
É aí que entra a necessidade de apoio por parte das lideranças e dos gestores, já que os sintomas podem afetar não só o funcionário, como o andamento dos projetos como um todo.
Quais são os sintomas do burnout?
Os sintomas do burnout variam de pessoa para pessoa, e nem todo mundo tem todos eles ou apresenta vários de uma vez só. A lista completa inclui:
- sentimento persistente de esgotamento emocional;
- sensação de falta de energia e incapacidade de lidar com as demandas do trabalho;
- despersonalização, transtorno que faz com que a pessoa sinta que está apenas assistindo a própria vida em vez de vivê-la;
- queda no desempenho profissional;
- dificuldades de concentração e atenção;
- insônia;
- dores de cabeça frequentes;
- isolamento social;
- uso indiscriminado de álcool e medicamentos; e
- sentimento de falta de realização pessoal.
É importante observar que esses sintomas podem se manifestar de maneira gradual e, em muitos casos, seus funcionários podem não perceber imediatamente que estão sofrendo da condição.
Reconhecer os sinais de forma precoce e oferecer apoio são passos fundamentais para lidar com o problema dentro do ambiente de trabalho, mas, ainda assim, a prevenção é o melhor remédio e, felizmente, existem algumas medidas simples que podem fazer a diferença. Descubra-as logo abaixo.
Como prevenir a síndrome de burnout no ambiente de trabalho?
Prevenir a síndrome de burnout entre seus colaboradores envolve a implementação de estratégias para gerenciar o tempo, ações que promovam um equilíbrio saudável entre trabalho e vida pessoal e o cultivo de práticas que fortaleçam a resiliência emocional.
Confira algumas sugestões para colocar tudo isso em prática!
- Estabeleça limites claros: não incentive o ato de levar trabalho para casa e não crie demandas fora de hora.
- Apoie a gestão de tempo eficiente: peça a seus colaboradores para elencar tarefas por prioridade, defina metas realistas para eles e evite sobrecarregá-los com muitas demandas extras.
- Incentive o “não”: se um funcionário estiver sobrecarregado, ele precisa se sentir confortável em dizer que não pode realizar uma tarefa, e você também precisa saber lidar com essa negativa, por isso, deixe claro ao seu time que a comunicação é importante para todos os processos.
- Crie incentivos para a prática de atividade física: ofereça benefícios que deem descontos em academias ou aulas de yoga para que seus colaboradores se exercitem ou crie eventos coletivos para promover a prática de esportes e integração. Não esqueça que a saúde física está diretamente relacionada à saúde mental no trabalho.
- Crie opções de relaxamento: incorpore, no dia a dia da empresa, práticas como meditação, yoga e respiração profunda. Essas medidas são muito eficazes para reduzir o estresse e promover o equilíbrio emocional.
- Estimule o senso de realização pessoal: procure sempre criar tarefas que proporcionem um senso de propósito e realização em quem está trabalhando. Mostrar metas e resultados atingidos pode ser de grande ajuda nessa tarefa.
- Seja acessível: mantenha canais de comunicação abertos com todos os colaboradores e mostre-se sempre disponível para discutir expectativas e compartilhar preocupações ou desafios no ambiente de trabalho.
- Permita intervalos regulares: integre pausas curtas durante o dia de trabalho de toda a equipe, como sair para caminhar ou tomar um cafézinho. Momentos de relaxamento e descontração ajudam a recarregar a energia e melhorar o foco, aumentando, inclusive, a produtividade.
Lembre-se de que cada pessoa é única, e diferentes estratégias podem funcionar para diferentes indivíduos.
Se você ocupa papel de liderança, além de prevenir, é preciso saber identificar quando colaboradores estão sofrendo com a doença. Confira o guia abaixo e prepare-se para agir diante do problema.
Como agir em relação a trabalhadores com burnout? 7 práticas fundamentais
Ao trabalhar para contornar e resolver situações de burnout, esteja atento(a) aos sinais que seus colaboradores dão, promova um ambiente aberto ao diálogo e ofereça apoio. Incentive, também, o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, adapte as responsabilidades, estimule uma cultura de respeito e colaboração e encaminhe o trabalhador para ajuda profissional.
1. Esteja atento(a) aos sinais dos seus colaboradores
Esteja atento aos sinais de burnout, como mudanças no comportamento, queda no desempenho, falta de energia e expressões de desânimo. Ao mesmo tempo, seja empático(a) e busque entender as necessidades emocionais e físicas deles.
2. Promova um ambiente aberto ao diálogo
Crie um ambiente no qual todos se sintam à vontade para expressar suas preocupações e desafios, estimulando a comunicação honesta e mostrando que você está disposto(a) a ouvir sempre, sem julgamentos.
3. Ofereça apoio
Demonstre empatia, ofereça apoio emocional e mostre compreensão em relação ao estresse e à pressão do trabalho. Também é importante estar disponível para discutir as preocupações do funcionário, sempre de maneira confidencial.
4. Incentive o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal
Promova discussões e palestras sobre a importância do equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. Encoraje a utilização de férias, pausas e dias de folga quando necessário, mostrando que a organização valoriza a saúde e o bem-estar de cada funcionário.
5. Adapte as responsabilidades
Avalie a carga de trabalho do trabalhador e, se possível, ajuste as responsabilidades para reduzir o estresse. Redistribua tarefas entre mais pessoas, defina metas realistas para colaboradores e equipes e possibilite uma maior flexibilidade no cronograma de entregas, se possível.
6. Estimule uma cultura de respeito e colaboração
Promova uma cultura organizacional que valorize o respeito, a colaboração e o reconhecimento. Comece por você: valide e celebre as conquistas dos funcionários de forma pública, promovendo um ambiente positivo, que aumente o ânimo e o bem-estar geral.
7. Encaminhe o funcionário para ajuda profissional
Se os sintomas persistirem ou piorarem, incentive o trabalhador a procurar ajuda profissional, como um psicólogo ou terapeuta, e esteja disposto(a) a apoiar o processo e acomodar as necessidades do colaborador. Custear parte do tratamento também é uma boa iniciativa se houver orçamento para esse tipo de ação.
E já que o assunto é ajuda profissional, que tal entender melhor como se trata a síndrome de burnout? Acompanhe!
Como é o tratamento da síndrome de burnout?
O tratamento da síndrome de burnout geralmente envolve uma abordagem multifacetada, com acompanhamento profissional, mudança de hábitos e também uso de medicamentos em alguns casos.
O primeiro e mais aconselhado caminho é o cuidado psicológico ou a terapia, que ajudam a entender e lidar com as causas implícitas do problema, desenvolver estratégias de enfrentamento e promover a resiliência emocional para lidar com os períodos difíceis.
Outra medida eficaz é adotar hábitos de vida saudáveis, como uma dieta equilibrada, exercícios regulares e um bom padrão de sono.
Em alguns casos, medicamentos antidepressivos ou ansiolíticos podem ser prescritos para ajudar a gerenciar sintomas da condição, porém, essa abordagem sempre deve ser feita seguindo as recomendações de um profissional da saúde que esteja acompanhando o caso.
Ainda assim, não custa reforçar que cada história é única, e o tratamento pode variar de acordo com a gravidade dos sintomas e as necessidades individuais de cada colaborador.
Quais as profissões em que a síndrome de burnout é mais comum?
A síndrome de burnout pode afetar profissionais em diversas áreas, mas algumas profissões são conhecidas por apresentar um risco maior devido às características inerentes ao trabalho, como:
- médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e outros da área da saúde;
- profissionais de educação, como professores e diretores escolares;
- policiais, bombeiros, paramédicos e outros profissionais de emergência;
- profissionais da área de tecnologia da informação e desenvolvimento; e
- profissionais de Recursos Humanos.
É claro que aqueles que lidam constantemente com situações de conflito, estresse e alta demanda têm uma maior propensão a desenvolver a síndrome, mas isso não exclui qualquer trabalhador de ter que lidar com o problema.
Enfim, se você se deparar com esse problema, não deixe de buscar por profissionais especializados em consultorias e treinamentos para empresas que possam ajudar sua equipe a desenvolver estratégias mais eficientes de comunicação acima de tudo. Boa sorte!
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