Dinâmica de grupos na formação de lideranças bem-sucedidas

Saber estruturar uma dinâmica de grupos na formação de lideranças ajuda a perceber novos talentos e aprimorar habilidades dos profissionais já existentes, além de melhorar a cultura organizacional. Tudo o que você precisa para acertar em cheio está neste artigo!

Grupo de 5 pessoas em um ambiente de trabalho organizados em um semicírculo realizando uma dinâmica de grupo

A dinâmica de grupos na formação de lideranças é um dos métodos mais eficazes para melhorar o desempenho de pessoas e equipes. Ela envolve atividades que trazem à tona a aptidão de cada profissional, assim como suas principais características.

Além de tudo, uma proposta como essa melhora o trabalho em equipe e a percepção corporativa, ou seja, a construção de uma visão, por parte de todos os envolvidos no cotidiano da empresa, de que eles realmente pertencem àquele ambiente.

Com ela, fica mais fácil enfatizar e disseminar a cultura organizacional da empresa, propondo desafios que vão de encontro às principais necessidades do negócio, a exemplo do desenvolvimento de novas estratégias de mercado e da busca por mais agilidade em resolver conflitos.

Mas como tornar a atividade verdadeiramente atraente e benéfica e quais os passos para fazê-la acontecer? Neste artigo, você explora ferramentas e modelos de dinâmicas que podem ser fundamentais no entrosamento e nos resultados futuros por aí. Boa leitura!

Para que serve a dinâmica de liderança?

Uma dinâmica de liderança e, portanto, uma atividade de engajamento entre os líderes de uma empresa serve, sobretudo, para aprimorar as habilidades de cada profissional e estimular o desenvolvimento de atuais e novas competências, mostrando que eles não estão sozinhos e ressaltando a importância do trabalho em equipe.

Quais os principais objetivos de uma dinâmica de liderança?

Dentre os objetivos alcançados com dinâmicas assim, alguns ganham destaque. Veja!

  • Avaliar soft skills: por meio das interações durante a atividade, é possível mensurar se os líderes possuem características como empatia e capacidade de mediar conflitos e de resolver de problemas com alternativas claras e objetivas

    Analisar o perfil de cada profissional e compreender o quanto cada pessoa pode se adaptar às propostas do negócio: muitas dinâmicas são importantes para visualizar em qual segmento os profissionais se encaixam e se possuem, por exemplo, aptidão para administração, vendas, gestão de pessoas, logística etc.

  • Motivar a interação entre colegas: o papel do líder é de conduzir a equipe e mantê-la motivada e engajada, então, a dinâmica permite identificar a forma com que os profissionais lidam com os colegas e se isso será feito no dia a dia profissional.

E mais! Dinâmicas de grupos, mesmo fora da formação de lideranças propriamente ditas, ainda ajudam a identificar novos líderes, sejam eles colaboradores ou gestores em ascensão. Algumas atitudes durante o processo, sua postura com colegas e seu foco nas estratégias propostas podem revelar um perfil de liderança.

Enfim, em todos os casos, a observação de perfis e atitudes ajuda a empresa a evitar ruídos internos, desde aqueles que aparecem na comunicação entre os setores, passando pelos existentes nos processos, até chegar aos resultados.

Para realizar uma dinâmica, você pode contar com apoio de empresas de consultoria, mas que tal conferir de que maneira tudo deve ser estruturado para não correr riscos de erros?

Como fazer dinâmicas de liderança em ambiente de trabalho?

Para criar dinâmicas, você deve escolher um local apropriado e neutro em relação aos demais setores da empresa, ou seja, capaz de abrigar as atividades sem que elas interfiram no andamento do trabalho dos outros funcionários. Mas não só isso!

Lembre-se de que a ideia é escalar profissionais com um perfil predeterminado para participarem e que, portanto, para melhorar a experiência e tirar o melhor da sua dinâmica, alguns outros pontos devem ser considerados.

Eles foram descritos a seguir.

Organize a agenda para que todos possam participar

Planeje tudo com antecedência, principalmente se, na sua empresa, os colaboradores têm reuniões agendadas, viagens a trabalho e atendimentos aos clientes programados. Pesquise por datas que sejam viáveis para a participação de todos.

Além disso, avise os envolvidos com antecedência sobre a realização da dinâmica e reforce a importância de eles estarem no evento, com foco na melhora de práticas e habilidades.

Informe aos candidatos a importância do comparecimento

Líderes com mais tempo de casa ou com alta demanda tendem a ter mais objeções quanto à realização das atividades. Evite ausências conversando individualmente – e pessoalmente, se possível! – com cada pessoa para explicar a importância do comparecimento.

Mensagens por e-mail ou WhatsApp podem passar despercebidas ou dar pouca ênfase sobre o quão importante será a presença de todos os convidados, mas cabe apostar em convites para treinamentos se você quiser atrair a atenção online também.

Busque ideias e seja criativo(a)

Ninguém vai querer participar de dinâmicas entediantes ou com assuntos monótonos, e a ideia é mostrar para os líderes que o lifelong learning – o aprendizado contínuo – pode ser divertido também.

Com base nisso, busque por conteúdos que vão prender a atenção, a exemplo de dicas de como desenvolver a oratória, ou ainda desafios ligados à gestão de equipe e o papel do gestor.

Para ajudar a manter o foco e o interesse, também vale usar sorteio de brindes e bonificações a seu favor. Incentivos assim são sempre motivadores para o engajamento em equipe.

Desenvolva uma estrutura para a dinâmica

Se seus desafios e atividades vão precisar de papel e caneta, reserve todo o material para garantir os recursos. O mesmo vale para equipamentos para apresentações, itens de iluminação e ventilação e alimentos e bebidas nos intervalos.

O desenvolvimento de uma estrutura por trás da dinâmica cabe a você! Garanta também itens extras para serem usados em caso de incidentes: se uma atividade contar com papelões ou cordas e, por algum motivo, eles rasgarem ou arrebentarem, respectivamente, precisará haver reposição imediata ou ela não vai poder ser completada.

Organizando tudo de forma antecipada e dialogando com os envolvidos, é possível garantir 100% de adesão e comprometimento dos profissionais.

Preocupe-se em manter em sigilo os assuntos que serão abordados ou o tema principal do evento para ninguém ficar pesquisando sobre eles antes da data e, quanto aos métodos que podem ser aplicados no processo, aposte naqueles que ajudam a perceber ou desenvolver habilidades específicas, como os que você confere no próximo tópico.

Quais são os modelos de dinâmica para motivar líderes?

Os tipos de dinâmicas variam conforme a necessidade de cada empresa ou empregador, mas, em geral, dentre os modelos mais utilizados estão aqueles que buscam aprimorar a comunicação ou que simulam casos ou situações de crises e maneiras de solucioná-las, jogos de lógica e atividades em grupo.

Anote algumas possibilidades!

Dinâmica de apresentação

Muito comum e, geralmente, usada como uma introdução a outras atividades, a dinâmica de apresentação é essencial para que todos se conheçam e possam saber mais uns sobre os outros. Em tese, ela consiste em um rápido resumo da vida profissional do líder e de seus objetivos e aspirações.

Atividade de resolução de problemas

Nesta atividade, pode ser apresentado um caso hipotético, como a falta de determinado produto essencial na linha de produção, a falta de mão de obra ou a busca por maneiras de economizar água ou energia, e os líderes precisam trazer maneiras de solucionar o problema.

A ideia é estimular a criatividade, mas também avaliar o comportamento e a capacidade de resolução de conflito​s de cada um.

Simulações de casos específicos

Em simulações assim, os líderes vão ter desafios práticos ligados às suas áreas de atuação e a missão de pensar como agir e como lidar com imprevistos em cada uma das situações hipotéticas.

Discussões em grupo

São discussões nas quais todos apresentam a opinião que têm sobre determinado tema relacionado à realidade do negócio ou de suas equipes, a exemplo de:

  • qual a melhor cor para um possível novo produto;
  • de que maneira divulgá-lo;
  • como otimizar recursos para melhores resultados no fim do bimestre;
  • etc.

Fica liberado argumentar, mas também é fundamental ouvir para que, juntos, os participantes cheguem a consenso!

Atividades práticas

São as mais interativas, pensadas para os participantes serem estimulados a criar algo positivo para seus liderados e para a empresa, mesmo com recursos limitados.

Proponha aos líderes darem forma a um objeto usando apenas cartas ou construírem um monumento famoso com blocos de madeira, por exemplo – deixe a imaginação fluir! Dá até para planejar desafios ao ar livre ou jogos estratégicos.

Desafios ao ar livre

Mais um modelo de dinâmica (e que também não deixa de ser uma atividade prática), os desafios ao ar livre incentivam líderes a trabalharem em equipe para darem vida a um projeto. Vale ressaltar que eles não precisam se limitar ao espaço físico da empresa, desde que você consiga garantir a segurança de todo mundo.

São boas ideias de desafios ao ar livre:

  • montar um abrigo para os animais nos arredores da companhia apenas com materiais recicláveis;
  • recolher dinheiro na rua para instituições de caridade; e
  • aprender a fazer fogo do zero.

Difícil? É para ser mesmo!

Jogos estratégicos

Didáticos e eficazes, jogos de quebra-cabeças, de tabuleiro ou até de perguntas e respostas sobre conhecimentos gerais ou feitos exclusivamente para absorção e troca de conhecimentos corporativos são uma excelente estratégia para botar a cabeça para funcionar e promover troca de ideias.

Brainstorming

Traduzido ao pé da letra do inglês para o português, o brainstorming é um turbilhão de ideias que vão brotar aqui e ali e acabam se tornando parte da dinâmica de liderança.

Reserve espaço e tempo para que ele aconteça.

Você pode propor, como tema, a “dor” da sua empresa na atualidade e, num desafio com tempo limitado, pedir para que todos pensem “fora da caixa” e da zona de conforto, anotando o que vier à cabeça para, depois, selecionar as melhores alternativas.

Agora, que tal alguns exemplos?

9 exemplos de dinâmicas sobre liderança para você experimentar

Os exemplos abaixo valem para qualquer período do ano e podem ser aplicados a líderes de diversos setores. São estratégias de incentivo à criatividade, resolução de conflitos e mais!

1. “Você consegue vender isto?”

Alternativa fácil e barata de pôr em prática.

Nela, o organizador da dinâmica vai sair “catando” itens sem valor pela empresa e colocando-os em uma caixa. Pode ser qualquer coisa: uma garrafa pet vazia, uma pilha descarregada, um controle de TV...

Depois de tudo reunido, será hora de sortear os itens entre os líderes e pedi-los para elaborar um plano de venda e de argumentação sobre a importância daquele produto dentro de um tempo limite.

Vence quem conseguir usar técnicas de persuasão, criatividade e confiança para vender melhor algo talvez extremamente difícil de ser comercializado.

2. “E agora? Assuma este segredo!”

Peça para que todos os participantes digitem, em um mesmo computador, celular ou tablet, uma frase que traz um segredo ou um problema (fictício ou real), e imprima todos os registros individualmente.

Coloque as frases em uma caixa, peça para os participantes colocarem uma frase contendo um segredo ou um problema e as sorteie entre as pessoas, pedindo para que leiam e analisem a situação.

Em seguida, o desafio vai ser elaborar uma ideia para auxiliar o colega anônimo (que escreveu a sentença) na solução do problema que ele enfrenta ou na gestão do segredo sem que ele seja exposto.

A apresentação dessa ideia vem por último, e a proposta da dinâmica é, além de tirar os líderes da zona de conforto, trabalhar a empatia e criatividade.

3. Um, dois e três – dinâmica de memorização

Esta dinâmica vai desafiar a atenção dos líderes de uma maneira divertida e testar a memória de cada um. Ela depende da formação de duplas e deve conter quatro rodadas.

  1ª rodada 2ª rodada 3ª rodada 4ª rodada
Fazer algum gesto - Para substituir o ato de dizer um em voz alta Para substituir o ato de dizer um e dois em voz alta Para substituir o ato de dizer um, dois e três em voz alta
Dizer em voz alta Um
Dois
Três
Dois
Três
Três -
 

Na primeira rodada, todos deverão dizer “um, dois e três” em voz alta. Sem gesticular. Na segunda rodada, eles deverão fazer algo para representar o “um” em vez de falar, como bater palma, por exemplo. Depois, eles falam em voz alta o “dois” e o “três”.

Na terceira rodada, eles batem palma no “um”, balançam a cabeça no “dois” e dizem em voz alta: “três”. E, na quarta e última rodada, são reproduzidos apenas os gestos: palmas para “um”, balanço da cabeça para o “dois” e pulo no “três”.

Os gestos e sons podem mudar de um grupo para o outro da maneira que o(a) organizador(a) desejar. Tudo para aumentar o nível de dificuldade.

4. Dinâmica da ilha deserta

A frase que virou brincadeira em grupos de amigos para saber quem é o amigo preferido e quem seria deixado para trás, pode ser, na verdade, uma atividade valiosa quando o assunto é formação de lideranças.

Essa atividade simula um grupo de pessoas que ficam presas em uma ilha isolada do resto do mundo e precisam tomar decisões para sobreviver. Ela envolve o seguinte passo a passo:

  • divisão dos participantes em times;
  • apresentação da situação hipotética de estarem presos em uma ilha deserta após uma queda de avião, um naufrágio ou similar;
  • ênfase nos recursos limitados à disposição de cada grupo envolvido na situação hipotética, como itens de sobrevivência, alimentos, água, equipamentos de comunicação etc.;
  • pedido de tomadas de decisão – cada grupo deve escolher de que forma alocar os recursos disponíveis, definir prioridades e criar um plano de sobrevivência, discutindo e debatendo;
  • apresentação de desafios adicionais e obstáculos para aumentar a complexidade da situação (chegada de uma tempestade, necessidade de construir um abrigo, aproximação de predadores, dentre outros); e
  • discussão e reflexão.

Na última etapa, os grupos se reúnem e compartilham suas decisões e estratégias. A partilha é seguida por uma discussão sobre as lições aprendidas, o trabalho em equipe, a comunicação e as habilidades de resolução de problemas.

5. Desafio da ilha do tesouro

Neste desafio, os líderes se dividem em duplas e cada dupla fica de pé em cima de uma folha de jornal. O objetivo é se deslocar até o tesouro – uma caixa de bombom, por exemplo – sem que um dos dois componentes da dupla saia de cima do jornal e, principalmente, sem rasgá-lo.

O jornal vai funcionar como um tapete e será o único meio de alcançar o objetivo. A intenção da dinâmica é trabalhar a paciência, perseverança e o espírito de equipe com os revezamentos durante o percurso.

6. “Todos a bordo!”

Aqui, os líderes entram em um barco improvisado, que pode ser feito de madeira ou papelão, e, à medida que o barco avança no mar de mentira do espaço da dinâmica, alguns pedaços dele vão ficando pelo caminho e todo mundo que está dentro precisa se reorganizar para ninguém se afogar.

A estratégia visa reforçar os laços de união entre os colegas e o sentimento de pertencimento ao time.

7. Dinâmica do campo minado

Esta dinâmica testa as habilidades de comunicação entre os líderes e nada mais é do que uma atividade na qual uma pessoa fica vendada tentando passar por um trajeto cheio de obstáculos (sob supervisão, para que ninguém saia machucado!) e só pode contar com a ajuda de seus colegas para alcançar o objetivo final.

Quem não usa a venda e atua como guia pode dizer apenas quatro palavras: direita, esquerda, frente e trás. Em meio ao caos, vence o time que concluir o desafio primeiro e sem trapaça.

8. Nó humano

Uma dinâmica bastante conhecida, a atividade do nó humano vale perfeitamente para formação de líderes! Nela, os profissionais devem fazer um círculo ficando ombro a ombro e, com a mão direita, segurar a mão direita do colega ao lado enquanto, com a mão esquerda, seguram a mão de qualquer outro colega, aleatoriamente.

A ideia é que todos consigam desatar o nó o mais rapidamente possível usando raciocínio e, acima de tudo, trabalhando a paciência.

9. “Quem é quem no caos?”

Por último, a dinâmica que permitirá a você descobrir a resposta para esta pergunta sem precisar fazê-la em voz alta, consiste em pedir para que os líderes deixem o espaço onde estão reunidos por alguns instantes e, nesse meio tempo, bagunçá-lo completamente.

Então, quando todos voltarem, será necessário avaliar o que cada pessoa vai fazer depois de identificar a “passagem do furacão”: quem tem proatividade, quem observa, quem tenta organizar a bagunça, quem dá ordens sem sair do lugar e assim por diante.

Apenas faça questão de que, ao término das dinâmicas para implementar em grupos de liderança que você escolher adotar, sempre aconteça uma reflexão sobre tudo o que aconteceu.

São competências das lideranças para trabalhar em grupo:
  • prezar pela equipe e pela união entre diferentes setores;
  • se comunicar de maneira eficaz;
  • resolver problemas com proatividade;
  • apresentar capacidade de adaptação à cultura da empresa;
  • demonstrar empatia com os demais colegas;
  • trabalhar com visão estratégica, mesmo em situações adversas;
  • ser persuasiva;
  • ensinar; e
  • obter e transmitir feedbacks.

Pondere sobre uma reunião individual com cada participante, fazendo os encontros 1:1, para dialogar sobre o que foi percebido de ambos os lados.

Só assim você vai poder compreender mais a fundo o que foi identificado, bem como entender o que aconteceu para você não ter visto atitudes que talvez esperava ver na pessoa durante as atividades.

Mãos à obra!

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